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  • Brasília, 19 de abril de 2024

Padroeiro

São Pedro de Alcântara - O Padroeiro do Brasil

QUEM FOI SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA?


Statue of Saint Peter of Alcantara inside Saint Peter's basilica, Vatican City, Italy

 

O século XVI viu eclodir na Europa o movimento de reforma religiosa liderado pelo monge agostiniano dissidente, Matinho Lutero, que, insurgindo-se contra a orientação papal, estabeleceu o Protestantismo, fazendo-o firmar-se na Inglaterra e o expandindo pela Alemanha, Dinamarca, Suécia e alguns outros países, onde até hoje supera o Catolicismo.

Em contrapartida, na Espanha, a fé católica, assumida pelos reis Fernando e Isabel, foi abraçada nos mínimos detalhes e até às últimas consequências por uma plêiade de homens e mulheres ilustres que se santificaram no serviço de Deus. Dentre tantos, podemos citar os mais conhecidos e venerados no Brasil, como São João da Cruz, São Francisco Borja e Santa Teresa de Ávila que, não por acaso, mantiveram estreitos vínculos de amizade e foram animados no seguimento de Jesus Cristo, Nosso Senhor, pelas sábias orientações de São Pedro de Alcântara.

Juan Garavito nasceu em Alcântara, Espanha, em 1499, filho de família abastada e de ascendência nobre. Seu pai, advogado e político, governava a cidade, tendo, pois muita influência na sociedade. Esperava que o filho seguisse seus passos, na advocacia; o menino, já nos primeiros anos, na escola local, destacava-se por sua dedicação, principalmente ao estudo da Filosofia. Desde muito jovem, procurou viver em perfeita união com Deus. A leitura das Sagradas Escrituras alimentava seu espírito. Recomendava, inclusive, a todos que orientava que tivessem o maior respeito ao tomar às mãos a Bíblia pois o livro "trata do mistério sublime de Deus que se fez homem por nosso amor"

O pai veio a falecer em 1507; quatro anos depois, o padrasto o enviou para a Universidade de Salamanca, onde amadureceu muito rápido, passando a demonstrar sua inquietude com o sentido da vida. Dispunha de pouco tempo de folga, mas, sempre disposto à consolar os que sofriam, consagrava os intervalos dos estudos a visitar enfermos nos hospitais e famílias carentes. Quando estava em meditação, pedia a Deus que lhe indicasse um caminho. Desejava ser sacerdote, mas, após informar-se sobre algumas ordens religiosas de seu tempo, ficou insatisfeito por não encontrar aquela que atenderia aos seus ideais de entregar-se completamente ao serviço divino.

Um dia, estando na capela em oração, viu entrar alguns homens humildes, vestidos de hábito marrom, descalços. Movido pelo Espírito Santo, ele se dirigiu aos religiosos, contou-lhes a angústia que sofria por ainda não saber exatamente como dedicar sua vida ao inteiro serviço de Deus. Frei Francisco Fregenal o escutou, compreendeu sua vocação e o orientou a se tornar frade franciscano. Então, em 1515, aos 16 anos, Juan tronou-se Franciscano Descalço, recebendo o novo nome de Pedro de Alcântara. 

A partir de 1524 ocupou os mais variados cargos na sua ordem, desde professor a provincial, mas insistia em ser considerado frade menor. Todos os trabalhos o faziam ficar alegre, pois nunca se cansava, apesar da aparente fragilidade do seu corpo do tão magro que se lhe viam os ossos. Dizia que a virtude, ao menos a mais perfeita, está na alegria. E essa alegria que comunicava se expandia sobretudo quando estava ao serviço dos mais necessitados. A eles reservava seu grande amor. Por isso era chamado, nas cidades por onde andava, "o anjo da paz".

Dava exemplos de pobreza extrema: possuía somente um hábito surrado, um bastão que usava nas caminhadas que fazia a pé e descalço, pelas estradas de Espanha e Portugal. Não se permita nem mesmo pequenos prazeres: alimentava-se parcamente, ingerindo só o necessário para manter-se vivo; dormia não mais que três horas por dia, tendo por leito um pedaço de couro de animal; usava na cintura um silício sobre a pele descarnada.

As pessoas que o conheciam dividiam-se entre os que o admiravam, consideravam-no santo; e os que o desprezavam, consideravam-no cínico e hipócrita. Criticavam-no. E ele não se deixava abater pelas opiniões alheias, aceitando tudo com humildade, por amor de Deus. Pensava  no sofrimento de Cristo e se achava feliz por compartilhar da sua dor. Costumava dizer que o caminho da virtude é a humilhação.

Em uma de suas caminhadas, chegou a um convento franciscano que já não obedecia aos preceitos rígidos da Ordem, mas adotara costumes relaxados. Ao vê-lo tão mal vestido, os frades o maltrataram, chamando-o de hipócrita, acusando-o de querer mostrar-se mais santo que os outros. Ele suportou com humildade as injúrias, calado; limitou-se a tirar a roupa, motivo de toda a discórdia, e ajoelhar-se diante de seus confrades em sincero pedido de perdão. Diante do espetáculo de seu corpo praticamente descarnado, coberto de feridas, por causa de suas inúmeras penitências, sinal claro da sinceridade e força do seu amor por Deus, todos os olhares se abaixaram... e os freis se retiraram, envergonhados.

Era um pregador inspirado. Sua profunda espiritualidade residia na humildade e no rigoroso julgamento de suas próprias ações. Pregava à multidão, onde a maior parte era de pessoas simples, cheio de sabedoria infundida pelo Espírito Santo. Escrevia seus sermões, que ultrapassavam as fronteiras luso-espânicas e chegavam às mãos de nobres, como o Imperador Carlos V, o mais poderoso de todos os governantes do século XVI, cujo poder abraçava o Sacro Império Romano-Germânico, e a Rainha Joana da Áustria, que, na admiração que lhe tinham, desejavam-no como confessor. 

O rei de Portugal, Dom João III, obteve dos superiores do frei permissão para hospedá-lo por algum tempo, com o argumento de que sua orientação lhe era preciosa. A todos, no entanto, Pedro, com humildade, respondeu que não podia atender, pois obedecia aos desígnios de Deus; e esses lhe indicavam a permanência entre os pobres e aflitos. Todos compreenderam, passando a considerá-lo ainda mais santo, dizendo que "ele não pertence à terra, é um anjo do céu''.

Em consequência de suas orações e seus conselhos, não só os pobres, que mantinham contato freqüente com ele, mas também os ricos, dos diversos escalões da nobreza, começaram a modificar sua maneira de ver o mundo e a descobrir sentido para suas vidas. Aumentaram suas práticas cristãs, sendo que muitos abraçaram a reclusão da vida religiosa. Mas não se comprazia em conviver com a nobreza, em visitar palácios; recolhia-se em silêncio, fugindo até do povo simples que o louvava como santo, retornando ao convento o mais rápido que podia, mortificando-se no trabalho pesado; seus instrumentos eram de preferência a pá e a enxada, o balde e o esfregão.

Entrou para a Ordem dos Franciscanos por considerar que era a que mais obedecia aos preceitos de pobreza e humildade. Mas, após alguns anos de vida religiosa, não mais lhe satisfaziam os costumes adotados: percebeu que os freis, em geral, estavam displicentes. Sua coragem, então, o impeliu para a mais alta missão que Deus lhe confiou: a reforma de sua própria ordem.

Deixou sua província e foi para o deserto, estudar e meditar como faria. Tal atitude gerou nos seus confrades enorme insatisfação; novamente taxado de cínico e hipócrita, foi procurar o Papa, que o recebeu com desconfiança, convencido de que se tratava de um inconsequente. Mas, numa segunda audiência, os santas intenções de Frei Pedro derrubaram a resistência do Santo Padre Paulo IV, que lhe deu permissão para introduzir sua reforma, que passou para a História como Reforma Alcantariana

Até ao fim de sua vida pregou aos seus confrades a obrigação de aspirar à perfeição no seguimento de Cristo. E deu exemplo disto, mais que com palavras, com seu próprio comportamento. Foi assim que levou à santidade vinte e dois frades, canonizados, sendo ele mesmo canonizado pelo Papa Clemente IX, em 1669. Ao mesmo tempo, auxiliava ordens religiosas a promoverem a reforma de seus estatutos, como fez em relação às Clarissas, à Ordem Terceira de São Francisco e  o Carmelo, então dirigido por Santa Tereza D´Ávila, de quem era grande amigo e  diretor espiritual.

Faleceu aos sessenta e seis anos, entregando alegremente sua alma a Deus. Seu túmulo passou a ser um lugar de peregrinação, atraindo não só as pessoas humildes, mas também representantes da nobreza de Portugal, Espanha e outros países. 

Palavras suas: ''Que retribuirei ao Senhor por tantas graças recebidas?  Eu vos dou, ó Senhor, o pouco que tenho e que vos posso oferecer.''

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